HISTÓRIA por João Higino Tescarolli Como surgiu o Rio Branco Esporte Clube Na
Avenida Bernardino de Campos, 493, havia o salão de barbeiro
do Nagib, ponto de encontro para bate papo dos amigos, à tarde
e a noite. Era o ano de 1952 e o futebol era animadíssimo, e
nós tínhamos o América,
que era um filhote do antigo Rio Branco F.C.,
paralisado em 1942. Os assuntos quase sempre giravam em torno do futebol
e o nosso grupo de diretores do América
, pensava na possibilidade de conseguir um campo para o nosso clube.
O nosso grupinho chegou a sondar terreno. Fomos ver um terreno, perto
da ponte da Avenida da Saudade, de propriedade do Sr. Ecio Rosseti.
Conversamos com ele, mas ele pediu um aluguel alto, com contrato de
cinco anos, e uma boa garantia. A idéia de um campo já
tinha se fixado nas nossas cabeças, e um dia, quando estávamos
conversando no salão do Nagib, apareceu o Gabriel Paron, que
era do nosso grupo, e disse: se for construir um campo, então
porque não levantar o Rio Branco.
Esta idéia penetrou em nossas cabeças. Este grupo era
formado por mim, Alcir de Mattos, Benedito Moreira, Gabriel Paron, Adib
Saade Fares, Darcilio Rapanelli. Onde hoje é o campo, o Gabriel
plantava arroz, e surgiu a idéia daquele terreno. Como o Alfredo
Frem tinha boa amizade com o proprietário , Sr. Arlindo Jacques
Borges (o gaucho), pedimos para ele adiantar o assunto, sobre a possibilidade
de ele ceder o terreno para um campo de futebol. Quando o Fren nos trouxe
a noticia positiva foi uma alegria geral. Naquele mesmo dia, á
noite, Eu, o Alcir de Mattos e o Benedito Moreira (Dito do Asilo), conversamos
com o Sr. Arlindo e ficou certo que ele nos cederia o terreno de graça.
No dia seguinte, à noite, Eu e o Alcir, fomos na casa do Prefeito,
Sr. Raul Fagundes, conversarmos sobre a possibilidade de a prefeitura
nos ceder o trator para a terraplanagem do campo. Ele nos disse que
cederia, mas só aos domingos e nós teríamos de
pagar os dias para o tratorista, Sr. Sebastião Peludo e seu ajudante
Sr. Benedito Cardoso. Quando o velho Rio Branco perdeu seu campo Quando o grande rival do Rio Branco nessa época, o Palmerinha, que ficava na Rua Cabo João dos Santos, também encerrou suas atividades futebolísticas, a Diretoria do Rio Branco procurou o Sr. Orestes Caleffi (proprietário do campo) para alugar o mesmo. Tudo ficou acertado e então foi marcado um encontro para o domingo seguinte, junto a uma ponte que lá existia, para que tomássemos posse do campo. Quando lá chegamos, o filho mais velho do Sr. Orestes estava do outro lado da ponte nos esperando com uma foice na mão, para impedir a tal posse. Assim, o nosso acordo foi desfeito, e nada mais aconteceu. (publicado em 04/2012) Na época da Guerra Nos tempos da guerra, o Governo requisitou todo o combustível, e nós que éramos do América (filhote do Rio Branco), marcamos um jogo em Pedreira. O Sr. Hércules Carletti, tinha um caminhão e ofereceu para nos levar até lá. Para conseguirmos o combustível, precisávamos ir à Delegacia de Polícia, para pegarmos o vale-combustível, mas a quantidade fornecida era bem pouca, o que não permitia nenhum excesso. Quando na volta, passávamos por uma grande reta, vimos um casal vindo a pé, e como estávamos todos bastante bêbados, resolvemos mexer com o casal (falamos o diabo para eles). O homem tinha uma foice na mão, e gritava para que o caminhão parasse. O que não contávamos era que na primeira curva, o caminhão entrou em um declive, e como a gasolina era pouca, a bomba não puxava a gasolina. Quando o homem percebeu que o caminhão havia parado, saiu correndo, e nós desesperados, tivemos que descer e empurra-lo morro acima. A nossa sorte foi que o caminhão pegou bem na hora que o homem estava nos alcançando. Foi um apuro. (publicado em 04/2012) O porquê da fama de Índios do Ribeirão Em um jogo em que o Rio Branco jogava com o Socorrense, o juiz era bastante ruim, e nós não queríamos perder o jogo. Quando deu o intervalo, o placar estava 0x0 e foi combinado no vestiário, que na primeira falha do juiz, os mais violentos iriam “quebrar o pau”. Assim foi feito, a briga foi geral, o juiz recebeu uma tijolada de uma pessoa que estava assistindo. À noite, saiu um boato que o juiz tinha sido internado com uma hemorragia interna. No dia seguinte o Presidente do Clube e o SR. Gabriel Paron, foram visitar o juiz em Campinas, e graças a Deus ele estava bem. Mas o time de Socorro, devido à briga, disse que aqui parecia uma turma de índios, e assim ganhamos o tal apelido. (publicado em 04/2012) Os eucaliptos da marginal Enquanto estávamos fazendo a terraplanagem do campo, o Sr. Benedito Bueno, que era plantador de eucaliptos, foi contratado para que plantassem em toda a extensão do campo, nas margens do rio, eucaliptos de metro em metro. Até pouco tempo atrás, eles ainda estavam ali plantados. (publicado em 04/2012) Drenagem do campo Na construção das arquibancadas tivemos a colaboração de várias pessoas, mas a que mais destaco, foram os irmãos Reali, que eram funcionários do antigo Lanifício Amparo, hoje o Minasa. Outro que nos ajudou bastante foi o Sr. Hermínio Gerbi, com a doação de 200 manilhas de 6 polegadas, para fazermos a drenagem do campo e evitar as enchentes, que naquela época eram bastante frequentes. (publicado em 04/2012) A divisa com a Marmoraria Novelli O Sr. Noveli (da Marmoraria) por volta dos anos 80 veio me procurar queixando-se das constantes “invasões” do pessoal, para pegar as bolas que caiam em sua propriedade. Como o alinhamento do campo, que fazia divisa com sua marmoraria era irregular, sugeri a ele que nos doasse 10m de terreno para que eu pudesse fazer o alinhamento com a rua e desse modo eu faria um muro alto, o que impediria que as bolas caíssem em sua propriedade. Ele assim o fez, totalizando mais ou menos uns 300m². Mandei construir o tal muro, que posteriormente veio a servir para a bocha. (publicado em 04/2012) |